Formação de Líderes na Indústria Offshore e Onshore: Por Que Esse é o Novo Desafio do Setor
Empresas correm contra o tempo para desenvolver líderes operacionais capazes de conduzir equipes em ambientes críticos, evitando acidentes e maximizando resultados.

A urgência por líderes operacionais preparados chegou ao topo da pauta nas empresas do setor de petróleo e gás. Com operações cada vez mais complexas e equipes diversificadas atuando em ambientes de alto risco, a escassez de profissionais com competências técnicas e comportamentais para liderar diretamente no campo tornou-se um gargalo global.
Segundo levantamento do Global Energy Talent Index 2024, mais de 48% das empresas do setor relataram dificuldades em encontrar líderes de campo com habilidades adequadas para operações offshore e onshore. O relatório também aponta que a falta de liderança técnica contribui para cerca de 21% dos incidentes operacionais registrados em instalações petrolíferas em alto-mar e em poços terrestres.
Para o especialista brasileiro Erbson Marcos de Almeida, com atuação em sondas offshore e profundo domínio dos sistemas Cyberbase e Amphion, o problema é estrutural — e exige ação imediata. “Não é apenas sobre saber operar uma plataforma. O líder operacional precisa tomar decisões sob pressão, orientar equipes multiculturais e manter os protocolos de segurança mesmo sob cenários de adversidade. Isso não se ensina em sala de aula convencional”, aponta.
Erbson Marcos de Almeida.
Erbson defende que a capacitação em liderança operacional precisa partir da realidade do campo, combinando domínio técnico, inteligência emocional e foco em segurança. “Em ambientes críticos como o pré-sal brasileiro ou o Golfo do México, qualquer vacilo pode custar vidas e milhões de dólares. A figura do líder de campo preparado deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência mínima”, alerta.
O especialista, que hoje participa de fóruns internacionais sobre segurança e eficiência operacional, reforça que essa lacuna tem sido notada não apenas em países emergentes, mas também em grandes players globais, como Estados Unidos, Noruega e Canadá. Para ele, o desafio não está apenas em formar profissionais tecnicamente competentes, mas em criar estruturas educacionais e programas de capacitação com base prática e contínua.
Em 2023, Erbson foi agraciado com o Prêmio Black Belt Business, reconhecimento concedido a líderes com impacto real em suas áreas. Desde então, tem concentrado esforços no desenvolvimento de um programa internacional focado na formação de líderes operacionais no setor energético — uma iniciativa que, segundo ele, deve se tornar cada vez mais estratégica para companhias que desejam crescer de forma sustentável e segura.
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