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Santa Catarina,02/08/2025

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Crise silenciosa: por que donos de negócios bem-sucedidos estão emocionalmente esgotados

Estudo recente revela aumento de quadros de exaustão entre empresários brasileiros e aponta a desconexão com o propósito como fator-chave

Rede Alcateia
Crise silenciosa: por que donos de negócios bem-sucedidos estão emocionalmente esgotados Reprodução

Uma pesquisa divulgada em abril de 2025 pela Associação Brasileira de Saúde Mental e Trabalho (ABSMT) apontou que 68 % dos empresários brasileiros reconhecem estar sofrendo com sintomas de burnout, incluindo fadiga crônica, distanciamento emocional do negócio e baixa eficácia profissional. Os principais fatores identificados foram o isolamento em funções-chave, o estresse acumulado e, especialmente, a sensação de perda de propósito — mesmo em empresas com receita crescente.

Especialistas relacionam o fenômeno à chamada “síndrome do dono refém”, em que o fundador sacrifica tempo, saúde e relações pessoais em nome da sobrevivência do negócio. Embora muitas empresas sigam crescendo, seus donos relatam esgotamento físico e mental — sinais silenciosos de algo muito além das planilhas.

“Só quando o empresário reconecta identidade e propósito é que a exaustão cede”

Leandro Miglioli, mentor de líderes e criador da Metodologia LRM, é um dos especialistas consultados sobre o tema. Com mais de 30 anos de experiência na formação de líderes, incluindo passagem por multinacionais farmacêuticas e gestão de grandes equipes em ambiente espiritual, Leandro reforça: 

“O empresário que parece bem sucedido, mas se sente vazio, vive a desconexão mais perigosa: a que ocorre dentro dele, e não apenas no mercado externo.”

Segundo ele, a exaustão desse perfil de líderes é silenciosa porque raramente é visível ao time — eles continuam entregando resultados, mas por um custo emocional altíssimo. “Eles delegam menos, dormem pior, adoecem e seguem em função de um patrimônio que já não reconhecem como seu.”

O impacto da desconexão na saúde mental

Leandro destaca que, sem clareza de identidade, o empresário vive uma liderança reativa — sempre apaga incêndios. E essa reação constante é um gatilho para o burnout.

“Quando o propósito some da equação, sobra um vazio que nem o faturamento responde”, explica.

Ele recomenda um processo de reconexão com três frentes:

1. Diagnóstico de identidade — autoconhecimento aplicado à gestão, para entender quem o empresário é sem o cargo;

2. Mapa de identidade empresarial — estruturação de valores, propósito e vocação que se alinham ao negócio;

3. Planejamento de liberdade — ações concretas de autocuidado, delegação estratégica e cultura organizacional que produzem equilíbrio.

Leandro afirma ainda que esse trabalho tem impacto duplo: reduz sintomas psicológicos e fortalece a empresa. “Empresários conectados com seu sentido operam com clareza, delegam melhor e criam negócios resilientes.”

Como as empresas podem contribuir

Especialistas em psicologia organizacional confirmam que programas internos de apoio ao líder — com acompanhamento, mentoria e fomentação da cultura de equilíbrio — têm efeito direto na redução do burnout e na melhoria do clima dentro da equipe. Alguns empresários já estão incorporando momentos semanais de reflexão, mentoria entre pares e pausas estruturadas na agenda.

Para Leandro, a urgência do tema deve ser assumida como estratégia de longevidade. “É possível ser bem sucedido sem se esgotar. Mas é preciso coragem para olhar para dentro e reconstruir um projeto de vida — e não apenas de lucro.”

O estudo da ABSMT revela que o esgotamento entre empresários não está em queda. Segundo Leandro Miglioli, para romper esse ciclo, é fundamental reconstruir a identidade ao lado da estratégia — e, assim, resgatar a liberdade emocional necessária para prosperar com autonomia e propósito.





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